Alessandra Abreu - Espaço Terapêutico

"Um funcionamento inadequado da psique pode causar tremendos prejuizos ao corpo, da mesma forma que, inversamente, um sofrimento corporal pode afetar a psique, pois psique e corpo não estão separados, mas sim animados por uma mesma vida." Carl Gustav Jung

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O Retorno da Deusa


“O tema do retorno da Deusa e de seu consorte é encontrado repetidamente nos sonhos e fantasias inconscientes daqueles que buscam ajuda psicológica para enfrentar o entorpecimento de sua vida. A arte, o cinema, a literatura e as agitações políticas também refletem cada vez mais esta mesma dinâmica. As mudanças que ela exige implicam num novo entendimento da masculinidade e da feminilidade, no homem, na mulher, nas relações entre os sexos e nas novas concepções de realidade.”
Edward Whitmont, in Return of the Goddess.


Há Deuses em todos os homens... há Deusas em todas as mulheres... há Deusas em todos os homens... há Deuses em todas as mulheres...
Isto significa que padrões inatos da psique moldam homens e mulheres por dentro. Esses deuses são predisposições invisíveis e poderosas que penetram na personalidade, no trabalho e nos relacionamentos. Os deuses têm ligação com todas as predisposições emocionais, mentais e espirituais de cada indivíduo perante suas escolhas de vida.

Jung chama de Ânimus o componente masculino da personalidade da mulher e de Ânima o componente feminino da personalidade do homem. Estes componentes atuam sobre nós de forma instintiva e arquetípica. Buscar o que os Deuses e Deusas dizem de nós nos aproxima intimamente de nosso(a) Ânimus/Ânima. A Lua (Yin), precisa do componente solar para estar completa e o Sol (Yang) precisa do componente lunar para tornar-se inteiro também. Estar em contato com este conteúdo arquetípico promove pouco a pouco a integração das polaridades internas de um ser, facilitando com que ele se coloque no mundo de forma mais autêntica e genuína.

A questão é que as exigências da consciência solar entram em conflito com as exigências da consciência lunar. O homem precisa aprender a ceder espaço da sua consciência solar para permitir ser iluminado pela Lua e a Lua precisa ceder espaço para que a luz solar a ilumine. Só assim para a complementaridade existir. Um sabe-se cuidado pelo Outro, enquanto se ocupa de cuidar do Outro. Desta forma, o símbolo do Outro não está fora, e sim dentro de si mesmo, é uma condição inalienável do centro da consciência, ou seja, entrar no mundo dos deuses e deusas é encontrar em si o caminho da integração estruturante ânima-ânimus, o centro de consciência pela relação Eu-Outro.

“A vida tem todos os tempos e tem também o momento de acontecer em todos nós.”
Maria Zélia de Alvarenga, em O Graal.

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