Alessandra Abreu - Espaço Terapêutico

"Um funcionamento inadequado da psique pode causar tremendos prejuizos ao corpo, da mesma forma que, inversamente, um sofrimento corporal pode afetar a psique, pois psique e corpo não estão separados, mas sim animados por uma mesma vida." Carl Gustav Jung
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A Dança: alguns de seus Mitos e Símbolos


São muitos os estudos que relatam a Dança presente em diversas culturas e a relação desta com a natureza e com o Sagrado. Há cerca de seis mil anos, os egípcios reverenciavam Vênus dançando a dança da Estrela da Manhã, quando os astros noturnos desapareciam, visando manter a ordem celeste. Dançava-se figurando o movimento dos planeta. Os egípcios também homenageavam o fluxo e refluxo do rio Nilo, cujos ritmos comandavam os trabalhos de semeadura e colheita, imagens da morte e ressureição da natureza eram celebradas na primavera, nos mitos e ritos das danças que evocavam Ísis e Osíris.
Entre os gregos, diz-se que "o teatro nasceu da dança, a dança do teatro e ambos de Dionisos". A frase refere-se a um cerimonial de amassamento de uvas para fazer vinho. Os pisadores cantavam e dançavam, num ritmo que contagiava a todos, até que, fatigados, eam substituídos por outros pisadores que faziam parte da platéia e que através de cantos acompanhavam o ritmo dos primeiros. Toda a população participava deste cerimonial, formando fileiras concêntricas em torno do tanque onde se amassava as uvas, aguardando a sua vez, num processo que unia a dança ao trabalho, a dança mais uma vez Sagrada ao celebrarem o Deus Dionisos.
No Brasil, o ritual do amassamento de grãos para a feitura da farinha foi herdado das danças indígenas. Em danças circulares, o pagé defumava os guerreiros dançarinos para transmitir-lhes o espírito da coragem.
Para os africanos, o trabalho do plantio e da colheita eram pontuados por cânticos, que potencializavam a força dos trabalhadores e transformavam o trabalho agrícola em uma extensa cerimônia cantada e dançada, que desdobrava-se até o momento da batedura das espigas e da moenda dos grãos. Esta prática ainda existe inclusive no Brasil, em algumas regiões do interior da Bahia.
Já a dança indiana tem origem celestial. A dança de Shiva, o "Senhor da Dança", expressa a conservação e a destruição do mundo, assim como os ciclos permanentes da atividade divina.
Portanto, a dança representa a procedência de um indivíduo, a sua "tribo", seus costumes, seu universo sagrado em comunhão com os grandes ritmos humanos da comunidade. Segundo Garaudy (1980), "a dança nos revela a unidade de todo momento do corpo com um movimento psíquico, mostrando que o físico e o espiritual não são dois domínios separados, mas sim, dois aspectos de uma mesma realidade".

Fontes: Dança, um caminho para a totalidade. De Bernhard Wosien.
Dança, símbolos em movimento. De Marie-Gabriele Wosien.